Iniciada no dia 27 de maio, a greve de professores e funcionários da USP vai continuar. A votação aconteceu na segunda-feira, dia 16 de junho, na qual as duas categorias reivindicam a proposta da reitoria de congelar a discussão sobre o reajuste de salários ao menos até setembro.
CONGELAR
A decisão de congelar os salários provocou indignação entre as entidades de classe. A Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp) exige, entre outras coisas, transparência da gestão financeira da USP, iniciando-se pela imediata abertura e divulgação de todas as contas das administrações anteriores e atual da instituição. As duas categorias pedem 9,78% de aumento-inflação (6,78%) mais recomposição de perdas históricas. Tradicionalmente, a reposição salarial ocorre em maio. No ano passado, foi de 5,39%.
AÇÕES
Na assembleia da Adusp, realizada no auditório da Faculdade de Educação da USP, os professores decidiram também por fazer uma visita à Assembleia Legislativa de São Paulo, na próxima terça-feira, dia 24 de junho, e um ato em frente à reitoria na sexta-feira, dia 27. Uma nova assembleia vai ser realizada na quarta-feira, dia 25.
CRISE
No fim de abril, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, enviou uma carta aos professores e funcionários em que expôs a crise financeira da instituição. Foram suspensas as contratações de pessoal por tempo indeterminado, incluindo as substituições de aposentados ou demitidos.
ÚLTIMO ATO
Na quarta-feira, dia 18 de junho, professores, funcionários e alunos da USP fizeram um ato público na Praça da Sé para revelar os motivos da greve. A mobilização teve também o objetivo de mostrar a situação da educação e da saúde no Estado de São Paulo. Trabalhadores das universidades Estadual Paulista (Unesp) e Estadual de Campinas (Unicamp) também participaram do ato na Praça da Sé.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Magno de Carvalho, a política da reitoria das universidades públicas no Estado de São Paulo é pelo arrocho salarial. Carvalho disse que eles constituem a única categoria de trabalhadores brasileiros que não estão recebendo nenhum aumento. “Está havendo um corte para a verba do ensino para pesquisa de 30% e suspensão da contratação de professores e funcionários por tempo indeterminado”, disse.
A greve será mantida por tempo indeterminado até que a reitoria se prontifique a negociar com os trabalhadores. “Queremos negociar, porque não queremos ficar em greve. Mas, sem atendimento mínimo de nossas reivindicações, não poderemos sair da greve”, afirmou Carvalho.