Durante visita à Subprefeitura Aricanduva/Formosa/Carrão realizada na última terça-feira, dia 30, Jilmar Tatto, secretário municipal dos Transportes, destacou algumas das principais ações que estão sendo desenvolvidas nos distritos. Ele esteve acompanhado de Waldir Cardoso, gerente da SPTrans; e Alexandre Henrique Solda, gerente da CET, ambos da região Leste.
Entre os assuntos mais discutidos estavam: os corredores e as faixas exclusivas de ônibus, a rede cicloviária e a mudança de muitos itinerários de linhas. “A cidade é de todos, mas o espaço público não é democrático. É isso que acontece na prática. Eu vou explicar como.”
DADOS
“Quando nós implantamos os 360 km de faixas exclusivas de ônibus, falaram que estávamos atrapalhando os carros. Mas quando se fala de mobilidade, se fala em transporte público, e não particular. Pois bem, 54% das viagens na cidade são feitas de ônibus, de metrô e de trem.
Portanto, de transporte público; e 46% de transporte individual; 75% das viagens são feitas através dos ônibus – e isso não existe em nenhum outro lugar do mundo – enquanto que 28% de metrô e 14% de trem.”
Tatto continuou. “A carga do ônibus é muito grande. E ele transporta no máximo 200 pessoas, enquanto que o metrô mais de mil. Do ponto de vista do transporte público, esse é o grande gargalo. Já do ponto de vista do transporte individual, em relação ao transporte público, o carro ocupa 80% do viário na cidade de São Paulo. Por isso estamos dando mais espaço aos ônibus. Quanto mais se abre vias para os carros, menos se resolve o problema do trânsito. Isso é fato. A via é publica, e não privada. Todos têm o direito de usá-la”, avaliou.
CICLOFAIXAS
Com relação às ciclofaixas, o secretário destacou que estudos revelam que as bicicletas são o novo modal de transporte e que hoje são feitas 500 mil viagens por dia. “A previsão é de chegar a um milhão e meio. Por isso a bicicleta precisa ter o seu espaço. Não somos contra o carro, mas a forma como ele vem sendo usado. Pra andar 500 metros, um quilômetro, a pessoa tira o carro da garagem, quando podia ir de bicicleta. Quem deixa o carro estacionado o dia todo no trabalho também deve mudar este comportamento. A cidade vai travar se não mudarmos os nossos hábitos”, observou.
VISIBILIDADE
Jilmar Tatto salientou ainda que, quando se aumenta a calçada, se implanta uma ciclovia, ou um parklet, o comércio ganha visibilidade. “Isso começa a aquecer a economia local, pois estimula as pessoas a andarem a pé, a observar mais. De carro a pessoa passa reto e não vê nada. A cidade precisa aprender a conviver com este novo modal de transporte, de bicicleta com o transporte público. Por isso este investimento grande em ciclovia, ciclofaixas, corredores, para dar segurança a todos.”
CORREDORES
De acordo com o secretário, as obras dos corredores de ônibus das avenidas Radial Leste e Aricanduva terão início ainda este ano. “Elas devem demorar cerca de dois anos para ficarem prontas porque ambas têm pontes, viadutos e há toda uma requalificação destes espaços. Vamos mexer nas calçadas e a fiação será aterrada. Haverá ciclovias e os embarques dos corredores serão nos canteiros centrais. Estamos falando de BRT, que há muito tempo esperávamos.”
REORGANIZAÇÃO
Tatto também falou de algumas mudanças que estão sendo planejadas. “Primeiro nós vamos colocar linhas noturnas, isso já no começo do ano que vem. E vamos rever a organização do transporte no seguinte sentido: os ônibus grandes vão passar apenas nas grandes avenidas; nos bairros, colocaremos circulares, em horários determinados para levar os passageiros aos corredores. A Zona Leste tem um problema sério na área 4 que estamos tentando resolver para melhorar para todos. É um trabalho constante com o intuito de reorganizar o sistema de transporte não só aqui, mas em toda a cidade.”
PALAVRA ABERTA
Entre os questionamentos feitos pelos presentes, o secretário destacou que a Avenida Conselheiro Carrão está sendo monitorada de perto e que algumas intervenções serão realizadas. Entre elas, acabar com a conversão à esquerda. “As obras vão acontecer a partir de outubro e depois vamos observar a velocidade dos ônibus, que hoje é considerada uma das piores da cidade. Vamos ver se as intervenções iniciais resolvem o problema do trânsito.”
Outra medida é criar a Lei de Alinhamento para equacionar o afunilamento viário que acontece a partir da Rua Atucuri e segue até a Avenida Radial Leste. “Vamos encaminhar à Câmara Municipal esta lei para aprovação e deixá-la guardada. Quando tivermos o dinheiro para desapropriar e fazer a obra, ficará mais fácil.”
Outra informação passada por Jilmar Tatto é que não é mais necessário renovar a carteirinha do idoso na SPTrans. E, com relação às linhas de ônibus que sofreram alterações na região, o secretário municipal dos transportes propôs fazer reuniões com os subprefeitos e os conselheiros locais para ouvir as sugestões de quem usa do transporte coletivo e readequar a passagem das linhas nos bairros.
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