Essa é a grande incógnita.
Elegemos um velho governo e queremos que ele seja novo.
Isso porque o novo sempre traz novas esperanças, expectativas de mudança, rejuvenescimento, soluções novas e o alento de que as coisas poderão mudar.
Mas quando você tem um velho governo no novo governo, a expectativa é que tudo continuará como antes ou ainda pior, até porque o histórico dos dois governos anteriores revela isso.
O segundo mandato do FHC não foi tão bom como o primeiro e o segundo mandato do Lula também foi pior que o primeiro.
Embora tenhamos esse dado histórico muito importante, mesmo assim o eleitorado não se deu conta disso e repetiu os mesmos erros anteriores, sendo que a história não serviu para nada.
O que estamos vendo é bem a constatação do que dissemos. Inicia-se um governo sem mesmo a formação completa de um ministério, entregando-se cargos para apadrinhados e satisfazendo o cumprimento de compromissos de campanha.
Não importa a qualidade ou a capacidade do ministro, o importante é que ele pertença a um partido a quem o governo deve uma satisfação por tê-lo ajudado a eleger-se.
É sempre a mesma história do “toma lá, dá cá” e, com isso, a esperança é que tudo continue como antes.
É bem verdade que nos três pontos chaves, Ministério da Fazenda, do Planejamento e Banco Central, a presidente foi obrigada a engolir com areia e tudo os nomes que lhe foram impostos pelo próprio empresariado. Dilma acabou convencendo-se que seria a única oportunidade de tentar voltar a dar credibilidade a seu governo, no sentido de fazer retornar os investimentos externos e mesmo internos, que têm minguado desde que se instalou o maior dos escândalos financeiros de corrupção de toda história mundial, que acabou culminando com a quebra da maior estatal da América Latina.
Fora desses três pilares, a política continuou sórdida e, até agora, nem se conhece todo mundo. Ficou até muito difícil essa montagem porque alguns dos nomes que poderiam ocupar os cargos estão envolvidos no megaescândalo do “petrolão” ou já participaram de outros escândalos.
Está muito difícil encontrar alguém com ficha limpa. Ficha limpa no Brasil, incrível, só mesmo o Maluf.
Todas as promessas de campanha já ruíram. Os aumentos aí estão castigando sempre os mesmos e os baixos índices de produtividade acabam mostrando-se cada vez menores porque a indústria parou e não tem ânimo para continuar. As apurações de aprendizado demonstram que realmente nada se fez em torno da cultura e o lema do governo para este novo mandato é “Brasil – Educador” queira Deus que o seja.
Na verdade, nada disso é novidade. Já se sabia que havia uma herança maldita, mas eles preferiram ser os herdeiros dessa herança para não deixar que os outros tomassem conta e eles perdessem tudo. Agora, que administrem esse mau governo, que tentem a reabilitação.
Os aumentos dos principiais insumos como água, energia, gás, transporte, combustível, atingem a todos indistintamente, diretamente ou no preço dos produtos, mas são os pobres que mais sofrem.
Essa política de desestímulo às indústrias sob a alegação de que o empresariado ganha muito acaba no que estamos assistindo na indústria automobilística com a demissão sumária de 800 trabalhadores e já com preparação para mais 2 mil.
Como consequência disso, quantas mais não serão prejudicadas? Todas as pequenas voltadas para a indústria do automóvel acabarão sofrendo essas consequências e, por tabela, todo o comércio, já que o giro do dinheiro em uma sociedade bem abastecida de produtos e serviços é que permite o crescimento de todos.