Alguns passageiros de ônibus da Zona Leste sofrem o dobro quando precisam utilizar o transporte. Primeiro porque às vezes faltam coletivos e sobram usuários, segundo porque muitos pontos de parada estão em estado lamentável. Há vários anos essa é a vida de quem quer deixar o carro em casa para chegar ao trabalho, à escola ou simplesmente sair a passeio.
ABRIGOS DE CIMENTO
Com base nesta realidade, a reportagem desta Gazeta foi às ruas para conferir a situação de alguns pontos de ônibus da região. Em alguns locais existem abrigos com bases de cimento e telhado de amianto. Em outros, a estrutura é mais moderna, feita de ferro moldado, com cobertura de acrílico. Fora estes, a maioria dos locais de parada está sinalizada com um poste de madeira, pintado de vermelho, entre outras cores, fincado no chão.
MORADORES DE RUA
O problema é que com os poucos abrigos existentes, em boa parte deles não existe manutenção. Faltam bancos, telhas ou parte das coberturas, quebradas ou trincadas pela ação do sol. Estes locais também ficam à mercê de pichações, furtos de assentos e de moradores de rua. Assim, os passageiros acabam se afastando do espaço criado para protegê-los. Para a dona de casa Isabel Valadares, é um absurdo que a Prefeitura tenha deixado de aceitar investimentos para estes abrigos. “Quando estavam sob os cuidados de empresas, eram melhores conservados e iluminados. Agora, estão abandonados”, reclama.
POSTES DE MADEIRA
Diferente de Isabel, a professora Queli dos Santos cobra a construção de mais abrigos na região. “Muitas vezes somos obrigados a ficar no ponto por cerca de 40 minutos esperando o ônibus. Neste período, somos castigados pelo sol forte ou pela chuva. O pior é que quando o coletivo chega, não conseguimos entrar, pois está lotado”, denuncia. Para ela, ainda, mesmo os postes de madeira estão sendo deixados de lado, pois muitos estão rachados, com mato ou são tirados e recolocados na calçada de qualquer jeito.
ABANDONO
Dentre os diversos exemplos encontrados pela reportagem, três foram destacados. O primeiro localiza-se na Rua Fontoura Xavier, em Itaquera. O poste de madeira, sujo e com a pintura descascada, foi cercado pelo mato, após tanto tempo sem manutenção. O segundo, na Avenida Itaquera, altura do número 1.043, Jardim Aricanduva, é um abrigo totalmente destruído, sujo e abandonado.
AZEVEDO SOARES
A situação é tão crítica, que uma plantação feita em um terreno baldio subiu pelo muro e tomou a cobertura do ponto. No último exemplo, na Rua Azevedo Soares, próximo à Rua Matos Guerra, no Tatuapé, vê-se um poste fincado no chão quase pela metade, sendo que o motorista de ônibus menos avisado não conseguirá percebê-lo, principalmente à noite.
Diante destes problemas, esta Gazeta entrou em contato com a assessoria da São Paulo Transportes (SPTrans), no entanto, até o fechamento desta edição, não obteve respostas.