A situação atual da segurança no Estado de São Paulo é crítica. Não há como negar a existência de um ou de vários problemas, apesar do governador e do secretário de Segurança Pública dizerem que está tudo sob controle.
A realidade é que policiais militares estão sendo executados e o comando da PM está sugerindo à corporação de alguns locais que não frequente eventos sociais. Do outro lado, bandidos também estão morrendo, porém a atitude do olho por olho, dente por dente não está surtindo efeito, pois a população está cada vez mais preocupada.
Se a violência começa a gerar intranquilidade o governo poderia buscar outras alternativas. O Brasil não é o único país a sofrer com o problema e São Paulo também não é a única grande metrópole a padecer do mesmo mal. No entanto, alguns governantes decidiram ser mais rígidos, aprovar leis menos condescendentes e envolver mais a população no processo de pacificação.
Outros, preferiram admitir a deficiência em determinadas situações e solicitaram a participação do governo federal. Seja no apoio às investigações ou na ajuda com mais homens e equipamentos, os agentes da União trabalhariam em conjunto com o Estado. Será que esta atitude enfraqueceria o governador? Acredito que não, pois no Rio de Janeiro as Unidades de Pacificação conseguiram ganhar força. O problema está solucionado? Claro que não, contudo é preciso adotar algum caminho, mesmo que seja a longo prazo.
Uma das coisas difíceis de entender no Brasil é a forma de encarar o menor dito infrator. Algumas instituições não conseguem avançar no tratamento que possibilite a ressocialização do jovem. Ele entra, cumpre o período de punição estabelecido pelo Estado, porém muitas vezes não sai fortalecido em valores ligados ao respeito ou à adoção de atitudes de crescimento intelectual e profissional.
O jovem fica marcado na sociedade, não consegue espaço para reaprender com o processo de convivência e, mais tarde, já adulto, pode sofrer uma recaída e novamente ser punido. Mas como desta vez o Estado estará lidando com homens, ficará mais difícil apresentar uma saída eficaz, pois o mesmo menino ou menina estará marcado pela segunda vez. Sendo assim, Estado, Prefeitura e União vão precisar mudar o modelo de abordagem das questões relacionadas às apreensões de menores, prisões, tratamentos e recolocação destas pessoas de volta aos estudos ou ao trabalho.
Agora, se os governos sabem que o problema esta na base, e que não necessitariam vivenciar este momento de angústia, por que não adotar medidas imediatas? Temos bons legisladores, juristas, professores e especialistas no tema. Quando todos se sentarão à mesma mesa para abrir uma discussão profunda? Quando a situação se tornar insustentável e cada brasileiro tiver de ter uma arma em casa para se proteger? Esperemos que não, pois esta cena está totalmente dissociada de nossa realidade.
Por isso, é bom que o Estado proteja e cuide das crianças às vezes esquecidas pelas próprias famílias e que se envolvem em algum tipo de crime hoje, para que depois não tenha de pagar pelos próprios erros no futuro. Caso isso não seja feito, terá de contratar mais policiais, formá-los de uma maneira mais completa, comprar mais veículos, equipamentos, armas e ir às ruas combater o crime. Será que este ciclo terá fim?