Na reviravolta da campanha, infelizmente quem se deu mal foi o Aécio. É verdade que sobrou também para Dilma, mas, esta, ainda, conta com o grande apoio da máquina que ainda governa, tendo chances de reagir e buscar enfrentar o “furacão” Marina. É bem assim, quando não se constrói uma estrutura com bases sólidas, qualquer ventania acaba destruindo.
A candidatura de Aécio sempre foi frágil. Nem em Minas ele conseguiu um apoio efetivo. Esperava naturalmente que pelo fato de ser um nome novo e como o povo queria o novo, conseguiria sensibilizar a população e enfrentar uma guerra contra gente poderosa como a máquina do governo.
Até que começou com destaque, mas de forma frágil e por falta de outras opções. A morte de Eduardo Campos trouxe a liderança de Marina e acabou pondo tudo a perder.
Restaram as duas: Dilma e Marina. Agora é a batalha entre elas.
Dilma conta com a máquina e Marina conta com o povo. O desejo de mudança enche de esperança a população que esgotou sua paciência e não tolera mais o modelo PT.
O PT precisa se conformar com o esgotamento de seus métodos. Continuar com PT é continuar com o mesmo modelo; não se consegue melhorias com as mesmas pessoas e os resultados certamente serão sempre os mesmos.
Dilma não apresenta um programa para demonstrar algo novo, não diz como pretende trazer algo de novo, não acena com um novo cenário; seu discurso é sempre o mesmo e, na verdade, apenas sabe defender-se e atacar tanto a Marina como o Aécio, tendo sido essa a sua única preocupação.
Marina apresenta um programa que pode não ser o ideal, mas que traz esperança de moralização, decência e honestidade.
Uma coisa boa nisso tudo é que Marina representa um ponto final nessa mesmice de sempre entre PT e PSDB. Acaba essa rincha que já cansou. E com essa alternância no poder abrem-se novas perspectivas no sentido de que o País pode caminhar um pouco mais livre e trilhando o caminho da honestidade e não do apadrinhamento. Uma política limpa, sem conchavos, poderá ser um cenário promissor para a retomada do crescimento. Sem dúvida, devemos tentar. Pode ser até que o que venha ainda seja pior, mas é difícil; pior do que está não ficará, pior do que o PT, só mesmo o PT.
O PSDB não aceitou Serra, nem o Alckmin e até já pode ter se arrependido e agora é tarde, perdeu o rumo da história e não recupera mais. Quem sabe daqui a quatro anos.
Falamos quatro anos, porque se efetivamente Marina assumir o poder, o PT não volta mais. Certamente durante esses próximos quatro anos, haverá uma caça às bruxas e o PT não estará no poder para defender-se como o fez durante estes 12 anos.
Esperamos não estarmos enganados e a coisa caminhará para um desfecho feliz. O Brasil estará livre desse mal que o atormentou durante longos 12 anos e terá toda vida para se recuperar, mas se esta impressão nossa não se concretizar, sem dúvida, viveremos, aí sim, pelo menos mais 12 anos nas trevas, quatro anos mais de Dilma, e depois, oito anos de Lula. O povo é quem decide, é o grande momento.