Realmente está muito difícil viver neste País. Primeiro, o governo, para salvar a economia e os empregos, incentivou de forma irresponsável e enlouquecedora a compra do carro. Tirou o IPI, aumentou o prazo de pagamento para mais de 5 anos, acabou com os juros, vendeu carro como se vende banana na feira, aos cachos.
As indústrias se refestelaram, o povo aumentou sua autoestima, cada um tornou-se um feliz proprietário (ou feliz próprio otário) de um ou mais veículos e passaram a viver na triste ilusão de que os problemas de locomoção acabaram. “Agora eu tenho meu carro. Sonho realizado.”
Até aí, tudo certo e maravilhoso. Só mesmo um governo irresponsável, inconsequente e popularesco como do PT poderia ter feito isso, sem antes medir as consequências. Hoje, além das pessoas não terem como pagar, o que era previsível, pois se endividaram muito mais do que sua capacidade de pagamento, ainda estão proibidas de andar de carro na rua, porque não têm mais espaço. São Paulo virou um imenso congestionamento.
O governo, como de sempre, absolutamente inconsequente e irresponsável, achou a grande solução: vamos tirar os carros da rua, não por decreto, porque seria inconstitucional, mas por uma atitude bem prática e sem custos, ao custo só de uma lata de tinta branca! Realmente fantástica! No mundo, nunca ninguém pensou nisso; só o incompetente do secretário de Transportes, o Tatto, que não tem tato para nada, e o prefeito Haddad. Com uma lata de tinta branca resolveram tudo, fizeram corredores exclusivos de ônibus e proibiram até os táxis com passageiros de passarem nesse corredor. Isso tudo é maravilhoso; merecem a taça, mas a “taça da incompetência total”.
Essa medida de privilegiar o transporte coletivo é a mais acertada de todas, mas com planejamento. Ninguém é contra andar de ônibus. A questão é em que ônibus, em que condições.
É de perguntar-se ao engravatado secretário Tatto, se ele teria coragem hoje de entrar nesses ônibus de terno e gravata carregando uma mala com um laptop, telefone celular e relógio, que é o mínimo; nem falamos em dinheiro, ou até joias.
Quem tem coragem de deixar sua esposa, bem vestida e perfumada, e suas filhas, bem arrumadas, tomarem um ônibus desses para servir de “carne fresca”, nos enlatados desses ônibus nas horas de pico? Certamente nem o sr. Haddad, muito menos o sr. Tatto, teriam coragem, sem menosprezar os que não têm outra solução senão enfrentar o que aí está.
Os ônibus são impotentes para suportar a carga atual; imaginaram com a nova carga? Toma-se uma medida dessas, mas não se aumenta a frota, não se melhora a qualidade do ônibus. Para que isso seja possível é preciso financiar as empresas de transportes para que comprem ônibus onde as pessoas só viajem sentadas, onde haja total segurança, onde não haja solavancos que derrubam crianças e idosos, onde exista polícia em todo trajeto para proteger o cidadão.
Se nada disso for feito, é de perguntar-se ao sr. prefeito e ao sr. Tatto: devemos andar de ônibus e deixar o carro em casa; é essa a opção válida; é assim que vamos acertar o trânsito? Vocês dois tomariam o ônibus às 7 da manhã ou às 18 horas, com suas esposas e filhas, ou deixariam suas filhas sozinhas enfrentarem uma situação dessas? Certamente não o fariam. Então por que nós devemos fazer?
Todos são iguais perante a lei, então por que vocês são mais iguais do que nós? Topamos ajudar, mas antes, criem condições. Não é na “marra” que vão conquistar alguma coisa. É bem verdade que é a escola do Lula e o PT, mas é bom saberem que isso está acabando. É melhor preparar-se para enfrentar o povo que não aceita essas imposições. Queremos ônibus em lugar do carro sim, mas que seja respeitada nossa dignidade, nossa honra, nossa família, nossos direitos de cidadão.