Quem poderia imaginar que um quadro fechado e praticamente definido para as eleições, iria acabar sendo destruído pelo infortúnio, o imponderável e o imprevisível.
É mesmo de se lamentar profundamente, pois possivelmente a última esperança de renovação na política tragicamente desaparece e acabamos ficando com os mesmos velhos, arcaicos e ultrapassados políticos.
Era orgulho ter na família um político, hoje é um carma. Os jovens não se interessam mais por política e, com isso, não nascem novas lideranças e as atuais são tão ultrapassadas que nem causam mais qualquer “frenesi” em quem quer que seja.
Os políticos desrespeitaram de tal forma as instituições e símbolos da nação, que ninguém mais lhes dá a devida importância. Mesmo que venham pintados de “ouro”, ninguém os idolatra. Eram chamados para serem paraninfos de formatura e eram altamente respeitados. Hoje os estudantes sequer os conhecem e os evitam.
Infelizmente, meus amigos, este é o verdadeiro retrato da política brasileira.
A morte de Eduardo Campos trouxe à tona esta realidade. Ele foi e não deixou ninguém para seu lugar, nem com uma “lanterna” se encontrará um homem preparado para ocupar seu lugar, para cumprir a missão que o futuro lhe reservava.
Era ponto de conhecimento público que nestas eleições não daria, mas, que estava plantando exatamente o necessário para que nas próximas eleições, em 2018, aparecesse como forte candidato, mostrando a cara limpa, que os outros não têm, para fazer face à cara suja dos atuais detentores do poder e, quem sabe, acabar com essa hegemonia, que agora se vê um pouco ameaçada. Marina, a se confirmar sua candidatura, será uma adversária forte a disputar o mesmo “filão” que Dilma.
Sem sombra de dúvida, ficou difícil para Dilma e Lula. Já Aécio, este praticamente está dando adeus às suas pretensões. Dilma vai para um segundo turno com muitas dificuldades, pois Marina não carrega o estigma da prepotência e da arrogância e nem esse passado sombrio de ter dado sequência a tudo de errado que fez o governo Lula, em meio a uma corrupção sem comparativos.
Para o Brasil, nem se sabe o que é melhor ou pior. Resta uma grande incógnita: até que ponto Marina conseguira aglutinar forças para governar? Como se sabe, não se governa sem apoio do Congresso, por melhor que seja. Infelizmente, no Brasil não basta ser bom, é preciso ter apoio, mesmo dos ruins, senão nada será possível.
Este é o quadro. Agora só nos resta esperar para ver o que vai acontecer, lamentando profundamente o infausto e trágico passamento de um jovem que tinha tudo para liderar uma verdadeira renovação nessa sórdida política brasileira.