Oapelo eleitoral no rádio, na televisão e nas ruas já começou. No rádio, a mensagem publicitária lembra que se a pessoa vai viajar não pode esquecer de levar o título de eleitor. Na televisão, o cantor Carlinhos Brown fala tão rápido que não se sabe se a propaganda é do TSE ou da Amanco. No final, ainda canta uma musiquinha antes de sair de cena. Já nas calçadas, começamos a encontrar os famigerados cavaletes de campanha, com a foto e o número do candidato. Isto porque a Lei Cidade Limpa está em vigor; pelo menos acho que sim.
Uma coisa é certa. Entra ano, sai ano, mas ninguém leva adiante o assunto reforma política. Parece ser um fantasma para os nossos parlamentares. No entanto, quem busca melhorar a vida das pessoas, seja na área da saúde, educação, trabalho, entre outras, não precisa temer. O problema, na verdade, é que boa parte dos eleitores está querendo ver para crer. Mas como muitas promessas não se transformam em atitudes, quem vai às urnas fica sem saber o que fazer.
Tão perto das eleições e a maioria da população não sabe em quem vai votar ainda. Muitos sequer têm a noção dos cargos que estarão em disputa em outubro. Só para refrescar a memória, nós precisaremos escolher presidente, senador, deputado federal e deputado estadual. Isso se não quisermos anular ou votar em branco.
Dito isto, vemos que o desinteresse pela política no Brasil cresce a passos largos. Os fatos divulgados pela imprensa todos os dias nos leva a crer que o País está engessado, preso a uma engrenagem de corrupção e busca pelo poder a qualquer custo. Se convivemos com essa realidade, qual jovem irá se dispor a participar de uma campanha ou pelo menos se filiar a algum partido?
Por conta disso, vemos as mesmas caras sempre. Quando não, são os filhos ou netos dos antigos. Sem contar a falta de respeito com o eleitor. Vejam as redes sociais, por exemplo. Se algum candidato consegue um acesso ao seu Facebook, dificilmente você conseguirá falar com os seus amigos até o final da eleição. Caso o político consiga seu e-mail pessoal, crie um outro endereço, pois este estará sob custódia.
É triste não ter para onde correr, digo para quem está sem “tempo” para viajar. Ficamos à mercê de palhaços, anões, humoristas e das mais variadas “figuras”. Graças a Deus temos como desligar a TV e ler um bom livro durante o período eleitoral. Mesmo assim, eles estarão colados em muros, postes, carros, prédios e espalhados pelo chão. Isso quando a sua própria casa não é “premiada” com uma placa do candidato.
Resta saber se a Prefeitura dará conta de tantas irregularidades. Os concorrentes da situação serão multados por sujar a cidade? O Tribunal Superior Eleitoral caçará suas candidaturas? O dinheiro gasto de maneira irregular nas eleições retornará para a cidade em forma de bônus? Duvido muito, mas quem sabe eu esteja errado. Pelo menos gostaria de estar.
Em fim, esta será a oportunidade da verdadeira manifestação. De dizer não ao passado e promover o novo. Negar as mazelas, as roubalheiras e retirar a empáfia do rosto de quem irá se eleger. Sim, o político deve ter medo de perder o que lhe foi entregue às custas da confiança do eleitor. Caso contrário, ele se acomodará e nós não teremos do que reclamar. Sua rua não tem iluminação? O posto de saúde perto de sua casa não tem médico? A praça que você frequenta está cheia de mato e lixo? Em quem você votou? Lembra?
Garanto que todos querem viver em um lugar melhor, com qualidade de vida e sem sujeira. Porém, nem todos gostam de pôr a “mão na massa” ou os dedos nas teclas do computador e do telefone.