O estado de conservação da calçada no lado par da Rua Francisco Marengo, principalmente no trecho compreendido entre as ruas Padre Diogo Nunes e Afonso Henriques, no Tatuapé, tem causado transtornos para pedestres. Isso porque o calçamento apresenta rachaduras e desníveis que dificultam o passeio, exigindo do pedestre, principalmente idosos, muita atenção para evitar tropeços e quedas.
No trecho em questão, de aproximadamente 100 metros próximo à Rua Emília Marengo, onde Secretaria de Estado da Fazenda está trabalhando na construção do novo prédio da Delegacia Regional Tributária da Capital I, o concreto da calçada está sendo deslocado pela crescimento das raízes das árvores.
“Espero que, junto com a construção do novo prédio, a secretaria também providencie a reforma da calçada, já que muitas moradores do entorno fazem suas caminhadas neste quarteirão”, disse a aposentada Helena Fernandes, 65 anos, à reportagem.
MÉDIA BAIXA
A calçada da Rua Francisco Marengo, no trecho citado, não destoa do resultado de pesquisa realizada pela Campanha Calçadas do Brasil, realizada pelo movimento Mobilize Brasil em doze capitais do País.
Após cem dias de pesquisa, a campanha o resultado sobre a situação das calçadas de 228 ruas e avenidas em 39 cidades. A nota média dos 228 locais ficou em 3,55, número baixo se considerado que a nota mínima para uma calçada de qualidade aceitável é 8, segundo os critérios estabelecidos pelo Mobilize. Apenas 6,57% dos locais avaliados obtiveram nota acima desse indicador. E 70,18% das localidades avaliadas obtiveram médias abaixo de 5.
Os itens avaliados foram: irregularidades no piso, largura mínima de 1,20 m, degraus que dificultam a circulação, obstáculos (como postes, telefones públicos, lixeiras, bancas etc), existência de rampas de acessibilidade, iluminação, sinalização para pedestres, e paisagismo para proteção e conforto. Os resultados da campanha serão agora repassados aos Ministérios Públicos, prefeituras e ao Ministério das Cidades.
CALÇADA IDEAL
Segundo Marcos de Sousa, coordenador da campanha, calçadas devem ser suficientemente largas e, sempre que possível, protegidas por arborização para conforto de quem anda sob o sol. E bem iluminadas, para quem caminha à noite. E ainda, devem ser complementadas por faixas de segurança, equipamento básico para a travessia segura das ruas. Além disso, semáforos especiais, placas de sinalização e outros equipamentos de segurança podem ser necessários nas vias de maior movimento.
“Alguns pensadores afirmam que se pode medir o nível de civilização de um povo pela qualidade das calçadas de suas cidades. E há quem diga que a qualidade das calçadas públicas é melhor indicador de desenvolvimento humano do que o próprio IDH. Afinal, as cidades são feitas para pessoas, seres humanos que primordialmente caminham”, justifica.