por Caroline Borges
TV Press
O mundo do audiovisual passou por gigantescas transformações ao longo das últimas décadas. A popularização da internet e a expansão dos serviços de streaming não só reconfiguraram o mercado, mas também ampliaram e criaram novas oportunidades. Cria da tevê aberta, Otaviano Costa não hesitou em surfar a onda das redes sociais e das plataformas on demand nos últimos anos. O apresentador, porém, nunca virou suas costas para a televisão tradicional, estando sempre de olho nas transformações e movimentações do meio. Recém-chegado ao comando do programa “Melhor da Noite”, da Band, o apresentador reencontra suas raízes como comunicador e inicia uma nova fase em sua trajetória multitela. “Esse retorno à tevê aberta só se justificaria, se eu pudesse praticar a potência máxima do meu DNA como comunicador. Esse conteúdo, que foi reformulado com a minha chegada, atingiu em cheio ao meu coração. Estamos sempre em mutação e evolução. Não há limites para seguir por esse caminho”, afirma.
Desde o início de março, o “Melhor da Noite” foi totalmente reformulado. Indo ao ar de quarta a sexta, sempre às 22h30, o programa conta com a apresentação de Otaviano, que substituiu Glenda Kozlowski e Rodrigo Alvarez. O programa, que segue unindo informação e entretenimento, ganhou novos quadros e repaginou o elenco de repórteres e comentaristas. “Trago muito da minha personalidade para este projeto. O palco é o local onde me sinto em casa e me permito ser ainda mais leve, então posso confessar que, mesmo com toda a minha experiência, estou com aquele friozinho na barriga por estar diante de algo tão grandioso e que eu amo fazer”, valoriza.
P – Após cerca de três anos de folga, você retorna à tevê aberta no comando do “Melhor da Noite”. Como aconteceu essa aproximação entre você e a Band?
R – A gente vinha nessa paquera há um ano e meio mais ou menos. Tentávamos encaixar nossas agendas. Mas, por várias questões, como conteúdo, agenda e logística, não tínhamos encontrado o match perfeito. Agora aconteceu. Temos um formato amplo, diverso e que posso explorar ao máximo a minha potência como comunicador. Do final do ano passado para cá, a coisa ganhou uma evolução mais concreta e as expectativas foram muito bem alinhadas.
P – Com a sua chegada, o “Melhor da Noite” passou por uma reformulação. Qual foi a sua contribuição nesse processo de transformações?
R – Quando o convite foi feito, a reformulação já tinha acontecido. Mas o mais legal é que tudo que foi proposto tocou meu coração como comunicador. Claro que, com a minha chegada, eu tentei colaborar ao máximo. Até mesmo pela expertise que tenho. Fomos lapidando juntos ao máximo para deixar o programa algo potente.
P – Há quase um mês no ar, como está sendo a repercussão entre o público?
R – Positiva e o mais carinhosa possível. O público vinha torcendo por isso. Meu retorno à tevê aberta era uma pergunta cotidiana e recorrente. Tudo isso acontece em um momento muito interessante, onde ocupo várias outras plataformas diversas. A tevê aberta chega para somar nesse ecossistema. É um desafio porque temos um horário a ser construído. Além disso, estar próximo do público é algo vital para mim.
P – Por quê?
R – Faz parte da minha vocação. Programa de auditório diminui essa distância entre público e apresentador. A gente vira quase um só. Essa voltagem do programa ao vivo é muito boa e transborda para quem está em casa. Somos reais, humanos e suscetíveis às provocações. Outro dia, a Bruna Carla, uma cantora gospel, cantou um louvor que tocou no meu coração e me fez lembrar da minha cirurgia no coração. Foi muito emocionante quando ela cantou. Então, são sensações reais. Também estamos ao vivo para o Brasil e o mundo. Prontos para lidar com qualquer situação que acontecer.
P – Nos últimos anos, você tem investido em audiovisual, explorando as mais diversas plataformas. É o melhor momento para se produzir conteúdo?
R – Acho que nunca tivemos um momento tão próspero para quem tem criatividade e coragem. Vontade de se mostrar para o mundo, oferecer ideias e serviços, explorar novos oceanos… Quem tem o mínimo de senso de empreendedorismo, sendo artista ou não, há uma chance gigantesca de ser reconhecido ou aparecer no radar do outro. É a democratização do talento.
P – Como assim?
R – Qualquer pessoa do Brasil ou do mundo pode abrir uma câmera do celular e contar sua história, cantar sua música, mostrar seu produto… Imagina há 35 anos, eu em Cuiabá com YouTube? Talvez eu nunca tivesse precisado sair de lá para realizar meus sonhos como artista. Hoje, o agora, é o exato momento para ir para em frente.
P – Então, você não acredita no tão falado fim da tevê aberta?
R – A tevê aberta nunca vai acabar. Ela vai se reinventar. Vai seguir profunda e relevante. Ganhará multitelas. A tevê aberta, como a gente se acostumou a ver, deixou de existir realmente. Aquela tevê de uma tela só, na sala de casa e em cima do móvel. Isso ficou para trás. A tevê do celular ou laptop já existe. Ninguém precisa ficar de olho no feijão ou no arroz enquanto assiste a novela. Pode cozinhar com calma e assistir à novela depois na internet. A tevê aberta sempre vai existir.
P – Ainda este ano, você completa 19 anos ao lado da atriz Flávia Alessandra. Queridos pelo público e bastante requisitados no meio publicitário, como é manter um relacionamento diante dos olhos dos telespectadores?
R – A Flávia é uma força da natureza, uma mulher fora de série. Sou doido por essa mulher. Amo de paixão. Mesmo juntos há quase 19 anos, a gente mantém o calor do relacionamento, a picardia, o cuidado, a admiração e o sex appeal. A gente torce um pelo outro. Então, essa nossa estrada há tantos anos nos trouxe uma experiência, uma carapaça e uma blindagem para coisas ruins que tentem nos atingir. Temos um apoio lindo do público também.
P – De que forma?
R – Recebemos um carinho e proteção da audiência lindo de ver. A gente é muito querido e isso é muito potente. Tentamos responder ao máximo esse carinho, essas boas energias que nos mandam. Tenho uma gratidão enorme por tanta proteção e carinho do público.
“Melhor da Noite” – Band – De quarta a sexta, às 22h30.
Velha casa
A chegada de Otaviano Costa à Band marca um momento de reencontro. Radialista, ator e apresentador, ele retorna à emissora após 20 anos. No canal, o comunicador substituiu Luciano Huck em 1999 no vespertino “H”, que foi rebatizado para “O+”e, depois, “Superpositivo”. Em 2000, participou do “Band Folia” e deixou a emissora em 2001. Após quatro anos, foi recontratado para ancorar o “Clube do Fã”. “Chego com uma caixa de lembranças afetuosas e carinhosas. Foi minha primeira grande transformação na carreira, quando assumi o ‘H’. Estou querendo curtir cada vez mais cada cantinho dessa emissora. Quero transformar na extensão da minha casa novamente”, vibra.
De peito aberto
Cheio de planos e com inúmeros projetos articulados, Otaviano Costa celebra um momento intenso da vida após um susto na saúde. Em julho do ano passado, o apresentador passou por uma cirurgia delicada no coração devido a um aneurisma da aorta. Ele descobriu o problema após sentir dores e realizar exames médicos, que revelaram o aneurisma em estágio avançado. “Fiz grandes reflexões antes da cirurgia. Quando eu descobri que poderia morrer e faria uma cirurgia de peito aberto, me perguntei: e aí? Se eu não sobreviver, eu vivi de peito de aberto? Conquistei o que queria? Coloquei minha família em primeiro lugar? Declarei meu amor? Aceitei perdão? Vi que sim! Eu tinha vivido de peito aberto. Depois do procedimento isso ganhou uma potência maior. Estou de coração renovado e preparado para novas emoções que ainda pretendo viver nessa vida tão longa”, valoriza.
Instantâneas
# Otaviano participará da edição especial do “Vídeo Show”, que celebrará os 60 anos da Globo. Ele esteve à frente do formato entre 2013 e 2018.
# Ao lado de Flavia Alessandra, o apresentador comandou o reality show “Ilha da Tentação Brasil”, que está disponível no Prime Vídeo.
# Antes de se tornar apresentador, Otaviano jogou vôlei profissionalmente.
# Otaviano acumula mais de 8 milhões de seguidores no Instagram.