Não é o que vocês estão pensando, só pensa em eleições e palanque.
O “Cara” que não quer perder a “boquinha” nunca, já está lançando o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para o governo do Estado de S.Paulo, último reduto a dominar.
Adiciona-se a isso um grande aliado, o tal do “cartel”. Com esses ingredientes, desde já está se garantindo.
Dominou o planalto, conseguiu a Prefeitura de S.Paulo e, agora, só falta o Estado de São Paulo. E, quer saber de uma coisa, não está muito difícil.
Muito embora o povo de S.Paulo seja mais instruído, mais preparado, a verdade é que, da mesma forma como o resto do País, já está cansado de política e de politiqueiros. Agora, essa história do “cartel” pode, sem dúvida, afetar o prestígio do “tucanato”. Contra o “tucanato”, só a “petezada”. Até porque, tirando ambos, não resta mais nada.
Isso é fruto da falta de oposição. Como os “Tucanos” nunca souberam fazer oposição, estarão simplesmente entregando o governo de S. Paulo, já que em verdade, também, já está na hora de mudar.
Na verdade, a mudança deveria ser por políticos novos, mas, quem? Não acontece nada, não surgem novas lideranças, tudo continua como antes, de Covas a Serra, de Serra a Alckmin, e de Alckmin para Alckmin. Então, o que fazer?
O que estamos vendo, com relação ao tal do “cartel” do Metrô, é o reflexo simples de que em política você não pode acreditar em ninguém. Quando se diz, comumente, que são todos “farinha do mesmo saco”, que “todos deveriam ser enfiados em um balaio único” e lançados ao mar, há quem diga: “há que ressaltar-se exceções”. Então digam quem?
Quem pode ser excepcionado? Certamente, ninguém. Os “Tucanos” não são diferentes. Apenas souberam fazer melhor, foram mais disfarçados. Souberam preparar o terreno, esconderam melhor. Não foram com tanta sede ao pote. Diferente dos petistas, que nunca comeram melado e, quando comeram, se melaram todos.
Não colocaria a mão no fogo, nem pelo Covas. Não excluiria nenhum, pois já aparecem e-mails que denunciam que Serra e seus correligionários sabiam do “cartel”. Se sabiam, mesmo que não tenham participado, não deveriam ter permitido. Se permitido foi, deveriam forçar a anulação das concorrências.
Agora, Alckmin, para abrandar a situação, só sabe dizer que hão de ser apurados os responsáveis. Mas ele está no governo há quase oito anos e deu sequência ao governo “Tucano”, que governa São Paulo há mais de 20 anos. Logo, não há como se esquivar.
Longe de comparar-se ao esquema “mensalão”, mas é mais uma falcatrua, é mais um enorme prejuízo, mais um assalto aos cofres públicos, mais um desperdício de dinheiro, e condenavam o Maluf.
Há que se repetir sempre: quanto mais vivemos, mais odiamos a classe política. Uma pena que não exista um regime democrático sem eles. Há males necessários, e eles são exatamente isso, um terrível mal, mas que existe para que a democracia possa existir. Não podemos prescindir desse regime que, apesar dos pesares, ainda é melhor dentre todos. O ser humano precisa da liberdade e só a democracia permite isso.
O PT encontrou o que sempre procurou, o poder e o contrapoder. O contrapoder agora é a questão do “cartel”. Este, se não for muito bem explicado pelos “Tucanos”, sem dúvida pesará, e muito, nas próximas eleições. Restará ao PMDB tirar proveito disso e, quem sabe, surgir com algo bem novo e convincente para tentar segurar o PT, o que será muito difícil. Ele já está em campanha e o “Cara”, uma coisa não se pode negar, é bom de palanque. O povo, é aquilo que conhecemos, não precisa muito para convencê-lo. Bastam alguns tostões a mais, no “bolsa-família”, e tudo se resolverá.