O povo brasileiro parece ter acordado de um sono profundo. Todos os dias há pelo menos uma dezena de manifestações. Seja de estudantes, profissionais liberais, médicos, metalúrgicos, professores e outros trabalhadores. Nossa realidade política está mudando, aos poucos, com os governantes voltando atrás em muitas decisões ou tomando atitudes importantes com relação à vontade popular. Assim foi com a redução da tarifa das passagens, com a PEC 37 e com as novas discussões sobre a reforma política.
O Brasil fervilha como nunca na história. Agora é o momento de refletir sobre o que já se conseguiu, mas não esmorecer com relação a conquistas futuras. A abertura de CPIs nos transportes, em São Paulo, está prestes a ser aprovada. Com isso, o povo precisa ficar atento a como cada vereador e deputado estadual irá se comportar para não deixar que os casos acabem em pizza. Além da CPI, teremos de brigar por mais corredores de ônibus, mais linhas de Metrô, novos hospitais e muitos outros serviços que nos são devidos.
Ao Congresso e ao Senado também devemos voltar os olhos com mais cuidado, pois sabemos como são as promessas de políticos. No embalo da efervescência das manifestações, deputados e senadores se dizem favoráveis ao pedidos da população. No entanto, caso ela não cobre seus direitos, os debates acabam sendo esquecidos e os projetos não sendo votados.
Atualmente, a presidente Dilma Rousseff vem se mostrando aberta ao diálogo com várias áreas da sociedade, sejam associações, ONGs e sindicatos. As propostas dessas entidades foram ouvidas e registradas com a promessa de receberem uma análise do governo federal. Diante dessa realidade, o povo brasileiro precisa aprender, de uma vez por todas, que nós é que pagamos o salário de cada um deles, portanto dar ouvidos à população não é favor e sim obrigação.
O governo federal não pode mais fingir que o mensalão não existiu e deixar com que advogados sigam protelando os julgamentos por mais um ano. Quem deve, terá de pagar, como o deputado Natan Donadon, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha, mas recorria em liberdade. Em três anos, ele desviou mais de R$ 8 milhões dos cofres do governo.
A naturalidade como certos políticos encaram a corrupção é uma afronta ao povo que passa fome, não tem onde morar, tem um ensino público de péssima qualidade e um serviço de saúde de dar dó e vergonha. Nosso dinheiro não é capim. Por isso, as manifestações devem continuar, sempre com ordem e objetividade.
Dessa forma o prefeito Fernando Haddad se tocou da importância da vontade popular, bem como o governador Geraldo Alckmin. Para cortar gastos, ele anunciou a venda de carros, de helicóptero, além da extinção de mais de 2 mil cargos comissionados. Só com a venda da aeronave serão economizados mais de 4 milhões. Pensem no que é possível fazer com todo esse dinheiro.
Tomara que nossa presidente se mire nesse exemplo e diminua seus ministérios pelo menos pela metade. Além disso, corte viagens, mordomias e outras facilidades oferecidas aos congressistas com o nosso dinheiro. A sociedade sempre foi massacrada e nunca teve voz. Agora, o grito que estava preso se soltou e não irá calar. Merecemos respeito, pois, se receberam nosso voto, terão de honrar com seus compromissos. Caso contrário, as urnas derrubarão muita gente.
Parabéns pela sua coluna Opinião, seus comentários são fortes e objetivos.