Moradores de Guaianases continuam esperando pela implantação de escadas rolantes e elevadores na estação de trem da CPTM. Enquanto isso não acontece, pessoas com deficiência ou não estão se mobilizando para poder receber a atenção do governo do Estado. Centenas de usuários do transporte com dificuldades de mobilidade sofrem todos os dias descendo e subindo escadas fixas sob o risco de se envolverem em algum tipo de acidente, além de ser empurrados ou de ficarem “espremidos” durante o trajeto até o trem.
ABAIXO-ASSINADO
Esses e outros fatores fizeram com que pessoas elaborassem abaixo-assinados digitais e em papel para tentar sensibilizar a Secretaria dos Transportes Metropolitanos. Um deles, que pode ser acessado pelo link https://www.change.org/p/assine-por-um-elevador-e-escada-rolante-para-deficientes-na-esta%C3%A7%C3%A3o-guaianases-da-cptm, foi criado pelo assistente-administrativo Fernando da Silva.
DEFICIENTES
No documento, Silva externou sua indignação afirmando que, todos os dias, ele e milhares de pessoas utilizam a estação Guaianases da CPTM para pegar o trem e ir trabalhar. No entanto, junto com a massa de passageiros, ele vê também pessoas com deficiência passando por dificuldades de locomoção na estação, pois a acessibilidade no local é péssima.

URGENTE
O manifesto pede ao secretário da STM, Clodoaldo Pelissioni, que mude a situação imediatamente e implemente um elevador e escadas rolantes para facilitar a locomoção das pessoas. O assistente lembra, ainda, que moram em São Paulo quase 3 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, como mostra o Censo realizado pelo próprio governo. Na sequência, Silva deixa uma pergunta no ar: como as estações de trem podem ainda não estar adaptadas?
QUASE 700 MIL
Conforme dados coletados pelo morador, por dia, em média, 690 mil pessoas passam pela estação Guaianases. “Sendo assim, imaginem quantas delas têm alguma deficiência e penam com a falta de um elevador e de uma escada rolante para ajudar na sua locomoção”, pensou. Por fim, Silva pede a ajuda de quem puder colaborar assinando e compartilhando o pedido.
Em Mogi das Cruzes, o vereador Marcos Furlan chegou a criar, em 2014, uma moção à Lei 10.098, de 2000, falando dos mesmos problemas vividos por quem circula por Guaianases. Ou seja, cabe à CPTM melhorar muitas estações para atender as pessoas com deficiência.
O OUTRO LADO
A CPTM afirmou que trabalha para adequar suas dependências às normas vigentes de acessibilidade. Segundo ela, das 92 estações, 47 são adaptadas e mais quatro estão em obras: Engenheiro Goulart, Quitaúna, Jardim Belval e Jardim Silveira.
A assessoria adiantou que outras 18 estações estão com os projetos de adequação contemplados no PAC da Mobilidade. Conforme a pasta, as obras não foram licitadas porque a CPTM aguarda a liberação dos recursos do Governo Federal.
Dados da assessoria revelam que a Companhia já realizou os processos necessários para a licitação, como elaboração de projetos, licenciamentos e pré-qualificação das empresas. No entanto, as leis de Licitação (8.666) e de Responsabilidade Fiscal não permitem que o edital para contratação das obras seja publicado sem a garantia dos recursos que, no caso, estão previstos para vir do OGU (Orçamento Geral da União).
De acordo com a CPTM, as novas estações vão dispor de plataformas totalmente cobertas, escadas rolantes e de todos os itens de acessibilidade (elevadores, rampas, corrimãos, pisos e rotas táteis, mapas em braile), além de assentos na plataforma, banheiros públicos comuns e sanitários exclusivos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A Companhia concluiu relatando que o investimento necessário para tornar as estações acessíveis de acordo com as normas vigentes de acessibilidade é da ordem de R$ 2,3 bilhões.