Para saber como anda o processo para a implantação do Campus da Unifesp na Zona Leste, esta Gazeta entrou novamente em contato com a Unifesp. De acordo com as últimas informações, o Conselho Universitário da Universidade Federal de São Paulo (Consu/Unifesp) aprovou em sessão ocorrida no dia 17 de dezembro de 2014, a proposta de pactuação com o Ministério da Educação (MEC) referente à instalação do campus na Zona Leste. Além dos conselheiros, a reunião contou com a participação dos movimentos sociais da região onde a universidade será instalada.
INVESTIMENTO
De acordo com a sua assessoria, a proposta prevê a criação de oito cursos de graduação, sendo cinco iniciais, com investimentos de R$ 75 milhões, divididos em três anos, mais R$ 16 milhões de suporte inicial para custeio e R$ 7 milhões para assistência estudantil. “Em número de vagas, serão 120 anuais para cada um dos cursos, sendo 60 diurnas e 60 noturnas, totalizando 600 vagas anuais, total referente aos cinco primeiros cursos, que serão definidos em 2015 pelo conselho de graduação. Também está prevista a contratação de 159 docentes para os cinco primeiros cursos, além de 184 servidores político-administrativos em educação.”
CURSOS APROVADOS
Os oito cursos que funcionarão no Instituto das Cidades são: Administração Pública, Arquitetura e Urbanismo, Design Publico, Engenharia Civil, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia de Mobilidade e Transporte, Geografia (Bacharelado e Licenciatura) e Turismo.
Na ocasião a reitora da Unifesp e presidente do Consu, Soraya Smaili, comemorou a aprovação de mais uma etapa. “Quero agradecer a todos os envolvidos neste processo, a comissão mista e aos movimentos sociais, que nos mostraram ser possível expandir com planejamento.”
REPASSE DE VERBA
No dia 19 de agosto de 2014, o então ministro da Educação, Henrique Paim, anunciou a liberação de R$ 3 milhões do governo federal para a formulação do projeto executivo das obras da universidade federal que irá ocupar o antigo terreno da Gazarra, na Avenida Jacu-Pêssego, em Itaquera.
A informação foi passada durante uma reunião fechada e que também contou com a presença da reitora da Unifesp, Soraya Smaili. De acordo com ela, à época, a ideia era que a implantação do campus fosse iniciada a partir de 2015, e que o mesmo tivesse capacidade para mais de cinco mil alunos.
CONTAMINAÇÃO
Com relação ao anúncio de que parte do terreno estaria contaminada, a Unifesp chegou a informar a esta Gazeta, em outro momento, que foram constatados alguns pontos de contaminação por solventes e metais decorrentes do antigo uso da metalúrgica Gazarra.
“Isso é fato comum em qualquer área industrial que está sofrendo reconversão de uso em São Paulo e em grandes cidades que têm deixado seu perfil industrial. A Cetesb tem grande experiência na área e tem ajudado a Prefeitura e os peritos judiciais da desapropriação a finalizar o relatório detalhado e o projeto de descontaminação de subsolo. A responsabilidade da avaliação e descontaminação é da Prefeitura, dentro do processo desapropriatório da fábrica, e não da Unifesp, que acompanha passo a passo o processo.”
Ainda de acordo com a instituição, a Cetesb autorizou, em agosto de 2014, a contratação de projetos e obras para mais da metade do terreno, onde não foram encontrados traços de contaminação. Todo o processo está sendo acompanhado pela Cetesb, Prefeitura e Unifesp.
RELEMBRE O CASO
No dia 24 de março de 2012, o “Movimento em Prol da Instalação da Universidade Federal da Zona Leste”, integrado por comunidades religiosas, entidades da sociedade civil e parlamentares, realizou um abraço simbólico em frente à antiga Metalúrgica Gazarra, para chamar a atenção da Prefeitura para a compra do terreno.

Isso porque, em julho de 2011, por determinação do então prefeito Gilberto Kassab, o secretário municipal de Negócios Jurídicos, Cláudio Lembo, suspendeu a ação de desapropriação da área. A decisão foi tomada depois que o Ministério Público Estadual enviou um ofício para a Prefeitura questionando o processo de avaliação da área.
Diante do comunicado, Kassab, à época, determinou a suspensão do processo de desapropriação, mas manteve a declaração de utilidade pública do terreno.
1º ABRAÇO
Em maio de 2011, esta Gazeta publicou a primeira matéria sobre o abraço simbólico que aconteceu em frente à antiga metalúrgica, no dia 21 daquele mesmo ano. Isso porque, no dia 24 de julho de 2010, durante evento realizado na Igreja São Francisco de Assis, na Rua Miguel Rachid, 997, em Ermelino Matarazzo, Gilberto Kassab assinou o decreto que tornou a área, de 175 mil metros quadrados, como de utilidade pública para implantação do campus. Desde então este semanário vem acompanhando o desenrolar do processo.